Museu Odontológico
A ideia de criar-se um museu na APCD-Piracicaba vinha dos anos 1960. Porém, apenas no início de 1980, durante a gestão de Antônio Durval Oliveira Dorta, houve empenho em solicitar doações para o Museu (a cargo de Grace Alvarez) e para a Biblioteca (coordenada por Ricardo Rodrigues da Costa), setores pertencentes à entidade.
Era época de festa pois a APCD havia acabado de comprar sua sede própria (avenida Carlos Botelho, 306) e, na solenidade de inauguração do espaço, ocorrida em 22 de fevereiro de 1980, foi anunciada a instalação do Museu.
Em assembleia geral realizada em 12 de janeiro de 1981, a drª. Grace Alvarez apresentou relatório sobre o Museu, afirmando que o mesmo possuía, na ocasião, 100 peças, todas elas devidamente catalogadas. Desde sua fundação, o Museu recebeu doações de peças, muitas consideradas outrora como portadoras de tecnologia de ponta que, com o passar do tempo, tornaram-se obsoletas.
Algumas curiosidades do início do século passado hoje servem para atrair a atenção dos profissionais da odontologia e também dos olhares curiosos de quem passa pelo Museu.
O acervo está remontado em 400 metros quadrados cedidos pela FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba) em sua antiga sede. “São duas salas para exposições permanentes e uma para mostras itinerantes. E o museu reativou também sua biblioteca com mais de 5 mil obras, sendo um quinto delas voltado para a odontologia e o restante de assuntos variados”, detalha Reinaldo José Ferraz Salvego, diretor do museu.
No museu, há cuspideiras de metal, estampadores de coroas, aparelhos de raio-x e os antigos (e temidos) boticões, chamados de fórceps, e muitos outros utensílios do dia-a-dia de um dentista. Mas o acervo guarda também equipamentos que mostram a evolução tecnológica ao longo do século 20. São câmeras filmadoras, computadores, projetores de slides e máquinas de escrever praticamente irreconhecíveis para uma criança do século 21, muita coisa usada na FOP, mas também proveniente de doações particulares.
Natural de Birigui no ano de 1928, se mudou para Piracicaba aos oito anos de idade. Depois de se formar professora no Colégio Piracicabano, tinha o sonho de se tornar cirurgiã-dentista. O problema é que não existia em Piracicaba uma faculdade de odontologia, e seu pai, o médico Francisco Alvarez, não permitia que ela estudasse em outra cidade. Demorou nove anos para que ela retomasse os estudos, quando ingressou na quarta turma da FFOP (Faculdade de Farmácia e Odontologia de Piracicaba).
Atuou em consultório próprio além de realizar atendimento na Dedini, Sindicato dos Trabalhadores Têxteis e Centro de Saúde dr. Godofredo Bulhões de Carvalho, em Piracicaba.
Em 1964, Grace entrou para a APCD onde ocupou diversos cargos nas diretorias social e cultural. Em janeiro de 1980, foi designada responsável pelo museu que nasceria no mês seguinte. Com seu falecimento, em abril de 1988, a APCD a homenageou dando seu nome ao Museu da Odontologia de Piracicaba. Recebeu da Câmara de Vereadores denominação de logradouro público na rua B do Loteamento Residencial Altos do Piracicaba.
Nasceu em 23 de dezembro de 1928 e faleceu em 27 de abril de 1988.
APCD Piracicaba lança livro sobre o Museu Odontológico da cidade
Piracicaba já conta com o primeiro registro sobre Odontologia. De autoria dos cirurgiões-dentistas Drs. Reinaldo José Ferraz Salvego e Waldemar Romano, foi lançado o livro “Museu Odontológico – 25 anos”, que conta um pouco sobre a profissão na cidade e na região ao longo do século passado. O lançamento ocorreu dia 11 de agosto com a presença dos autores, que também são diretores do Museu da Odontologia de Piracicaba Dra. Grace Harriet Clark Alvarez, mantido pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD-Piracicaba). O lançamento foi um lançamento conjunto da APCD, do Museu de Odontologia e da Credsaúde Cooperativa de Crédito.
A obra tem 160 páginas com texto e dezenas de fotos escolhidas a dedo pelos autores como forma de ilustrar os acontecimentos da Odontologia de 1900 até os dias atuais. Foram impressas 1500 unidades do livro, sendo que mais de mil serão destinadas a patrocinadores, faculdades, escolas e centros de estudos. A revisão foi feita pela também cirurgiã-dentista Dra. Floripes Maria D’Ávilla Moraes, com diagramação de Jelzo Oliveira dos Santos e capa de Danilo Salvego. O livro está inscrito no ISBN e sua ficha catalográfica foi elaborada pela Biblioteca Central da Unicamp.
Segundo Dr. Waldemar Romano, um dos autores, o livro segue os passos dos tradicionais almanaques, com informações contidas na forma de capítulos, com intenção de tornar público fatos da Odontologia como as instalações das Faculdades de Odontologia e Farmácias (a extinta Washington Luiz e a atual FOP/Unicamp), entre outros.
Boa parte do que foi incluído na obra consta do arquivo do Museu Odontológico da APCD, que completou 25 anos de fundação em 25 de fevereiro do ano passado. No livro, estão inseridos fatos e personalidades que marcaram a profissão de cirurgião-dentista na cidade. As mais antigas citações foram obtidas junto ao “Almanak de Piracicaba 1900”.