Odontologia adesiva e os tratamentos conservadores

Odontologia adesiva e os tratamentos conservadores

Melina Mioto Copatto – Especialista e Mestre em Prótese Dentária

Processos mecânicos como abrasão, atrição e abfração e químicos como a erosão atuam muitas vezes em sinergia e provocam o desgaste dentário. Essas patologias são cada vez mais incidentes na população e em maior número nos jovens devido à mudança no estilo de vida atual como a ingestão de bebidas ácidas, bruxismo, refluxo gástrico ou até mesmo a bulimia. Por isso é necessário o diagnóstico precoce dessa patologia para abordar a causa e prevenir a progressão da mesma.

O desgaste dentário, seja ele mecânico ou químico, é mais agressivo na dentina exposta e a recomendação mais consensual é a cobertura, uma restauração ou um selamento dentinário assim que houver a exposição. A odontologia tradicional propõe a remoção da parte do esmalte restante para obter retenção mecânica, mas que não parece favorecer a vida útil do elemento dental.

A cada dia, novas pesquisas trazem evidencias da eficácia de procedimentos minimamente invasivos ou não invasivos. Neste contexto, sugiro o termo: suficientemente invasivo, ou seja, será desgastado o que realmente é necessário para que se faça a restauração sem perder resistência e estética.

O odontologia suficientemente invasiva depende dos sistemas adesivos para funcionar e ser eficaz e o mercado nos oferece diversos sistemas, cada um com sua indicação e técnica. Ou seja, para termos sucesso precisamos do conhecimento desses sistemas e não subestimar os materiais como fazemos na maioria das vezes.

Através dos sistemas adesivos, podemos recuperar a anatomia dental perdida pelo desgaste dentário e as funções mastigatória, estética e fonética. Recuperamos a auto estima do nosso paciente juntamente com o conforto que é a palavra chave que deve regar qualquer tratamento odontológico.

Essa recuperação pode ser feita em resina composta ou materiais cerâmicos de acordo com a escolha de cada profissional mas deve ser ressaltado que se pudermos fazer primeiro em resina composta teremos várias vantagens como custo para o nosso cliente, procedimento simples e eficaz, além de ter finalidade diagnóstica, ou seja, é a confirmação do nosso planejamento.

O tamanho dessa restauração vai desde fragmentos, laminados, overlays até coroas totais podendo ser em resina imposta ou cerâmica mas independente do material de eleição,  devem ter os conceitos de oclusão respeitados e postos em prática. E também não devemos negligenciar nas manutenções dessas restaurações e nas orientações ao paciente. Paciente esclarecido, informado é tudo de bom!