A pergunta

A pergunta

por Fausto Bérzin

O professor Krunislave Nobilo foi o primeiro professor de prótese da FOP. Era muito conceituado, boa praça, um filósofo da matéria, vivia planejando e criando novas técnicas, sempre pronto a ajudar. Era frequentemente convidado a proferir palestras em cursos, congressos e similares.

Certo dia após terminar sua conferência, foi procurado por um jovem professor de outra escola que lhe fez um pedido.

“Professor Nóbilo, vou apresentar agora meu seminário e tenho medo que ninguém me faça uma pergunta. Seria possível o senhor, tão conceituado, fazer essa pergunta para mim ao final do seminário? O seu interesse valorizaria minha apresentação…”

O professor Nóbilo prontamente concordou.

Ao final da apresentação, conforme havia combinado, levantou a mão e elegantemente lhe fez a pergunta solicitada.
O jovem professor então o encarou por alguns instantes e muito sério respondeu:
“Muito me admira o senhor professor titular de prótese da FOP vir me fazer esse tipo de pergunta!…” E descascou o verbo em cima do estupefato professor.

Essa história o professor Nóbilo contava com um misto de tristeza, melancolia e leve ironia. Por isso minha gente, muito cuidado quando lhe pedirem para fazer pergunta em algum evento…