All on Four: o que os cirurgiões-dentistas precisam saber

All on Four: o que os cirurgiões-dentistas precisam saber

por dr. Rafael Ortega Lopes

Uma das grandes evoluções nos últimos tempos que permeiam a implantodontia é a cirurgia de instalação de implantes denominada “All on Four” com carga imediata. Este procedimento nada mais é que a instalação cirúrgica de quatro implantes na maxila ou mandíbula onde a reabilitação protética é fixada na mesma semana, através de uma prótese provisória fixa sobre estes implantes.

Esta técnica foi desenvolvida na Europa há mais de 15 anos e nos últimos cinco anos vem sofrendo algumas adaptações que otimizaram os resultados. Indicada inicialmente para rebordos alveolares com osso abundante, com o passar do tempo, verificou-se que para a obtenção de uma prótese híbrida estética (aquela que apresenta resina rosa em substituição ao tecido ósseo e gengival perdidos) era preciso desgastar o rebordo alveolar do paciente para que a linha de transição resina-mucosa não ficasse evidente no sorriso. Sendo assim, sua indicação passou a envolver rebordos atróficos, principalmente maxilas com seios maxilares pneumatizados, onde a associação com técnica de enxertia simultânea e angulação dos implantes passou a ser utilizada no mesmo procedimento.

Sendo assim, pacientes portadores de prótese total há mais de 20 anos, cuja resolução do rebordo atrófico com implantes só se fazia após grandes enxertos reconstrutivos hospitalares (com remoção óssea de ilíaco ou calota craniana), passaram a ter a possibilidade de uma reabilitação fixa sobre implantes em apenas uma semana, com os mesmos resultados estéticos-funcionais – e sem enxerto. É lógico que ainda se faz estes enxertos hospitalares para aqueles rebordos extremamente atróficos, onde não há rebordo remanescente para a ancoragem dos implantes, princípio pelo qual se baseia a técnica All on Four. Para isso, é imprescindível que o paciente candidato a técnica realize o principal exame diagnóstico que o procedimento pede: a tomografia computadorizada volumétrica cone beam de toda arcada. Sem este exame, é impossível avaliar os pilares ósseos necessários para a angulação e ancoragem dos implantes que a técnica exige.

Já em relação à carga imediata, muitos profissionais questionam os riscos de submeter estes implantes às forças oclusais, principalmente por serem inseridos em um rebordo atrófico. A resposta está na própria técnica: pelo fato destes implantes estarem angulados, a ferulização através da prótese inserida o quanto antes os protegem. Em casos da impossibilidade destes não serem submetidos a carga imediata (por falta de estabilidade primária, por exemplo) os riscos e falha da técnica aumentam,  principalmente pela pressão de uma prótese total removível sobre um implante isolado e angulado.

Portanto, a implantodontia possibilita hoje a reabilitação implantodôntica de maxilas atróficas em um curto espaço de tempo, de maneira segura e eficaz. Cabe ao profissional identificar estes pacientes para que possam devolvê-los a segurança e a alegria de sorrir novamente. A reabilitação All on Four devolveu saúde a inúmeros pacientes, principalmente aos portadores da Síndrome de Kelly