Trabalho voluntário no bairro Mário Dedini

Os dentistas Renato Zambon e Ada Elisabet Giusti há quase um ano dedicam quatro horas, em uma vez por semana, para transformar a vida dos moradores do bairro Mário Dedini e adjacências.

O consultório fica na lateral da Igreja Sagrada Família, ainda em construção. Na sala de espera, estão uma poltrona com dois lugares e outras duas cadeiras. No balcão próximo, algumas revistas. Ao abrir a porta no fim do corredor, os pacientes descobrem um verdadeiro consultório dentário. Os instrumentais simples, cedidos pela Secretaria Municipal da Saúde, a cadeira antiga, doada pela FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), os materiais de higiene –– máscara e luvas ––, levados pelos próprios profissionais. O dentista vestido a rigor, de branco, recebe cada um como se estivesse em seu consultório particular. “Em média, atendemos dez pacientes”, afirmou Zambon, que trabalha a comunidade às quartas-feiras, das 13h30 às 17h.

Ele disse que são eles que se responsabilizam por toda a assepsia dos equipamentos. “As empresas dentais da cidade doam agulha, luvas, anestésicos, conforme pedem”, afirmou, informando que com esse material básico não permite fazer tratamento complexo. “Trabalhamos um dente por vez”, afirmou.
Zambon disse que os pacientes são carentes. “Fazemos principalmente endodontia e restauração”, disse, observando que os agendamentos são feitos pelos secretários da igreja –– Margarida Amaral de Souza Pedro e Vinícius Deroldo Sabadotti.

Na lista dos dois, já existem 120 pacientes à espera de vez. Desses, 60 já foram triados e aguardam alguém terminar o tratamento para ser encaixado. “Cada procedimento dura aproximadamente 20 minutos”, avisou Zambon.